17-06-2013/08:50:14
Elenco de 1985 do Coritiba aproveitou pausa para |
Não é a primeira vez que o Coritiba vai usar uma pausa no Campeonato Brasileiro para acertar o time e continuar com o pensamento em um título nacional. Atual líder e invicto na competição, o time quer aproveitar as três semanas sem calendário nacional para refinar o padrão de jogo e ganhar mais força técnica.
O time paranaense ja se aproveitou da estratégia em outras duas oportunidades. A mais recente foi durante a Copa do Mundo de 2010. O Verdão estava na Série B do Brasileiro, mas não teve uma largada desejada pela torcida e diretoria. Acabou os primeiros jogos na quarta posição, enquanto o rival Paraná Clube era o líder.
Com o mês de recesso, a equipe do técnico Ney Franco teve uma evolução, que valeu uma invencibilidade grande no retorno da Série B, que alavancou o Coxa para a primeira posição, que resultou no acesso e bicampeonato da disputa.
1985: do sufoco para a glória no título no Maracanã
Mas a pausa mais significativa foi durante a temporada de 1985, quando o Coritiba levantou a taça do Brasileirão pela única vez. Entre altos e baixos, o primeiro turno foi sem brilho e com um time sem padrão tático. A equipe teve dois técnicos que passaram pelo comando durante esse período: Dino Sani e Dirceu Krüger - como interino.
Para dar um basta na má fase, o treinador Ênio Andrade foi contratado para dar uma nova cara ao Coritiba. As dificuldades iniciais ainda persistiram com derrotas para Flamengo e Portuguesa, além de um empate com o Internacional. A primeira vitória só aconteceu contra o Náutico por 2 a 1.
Vitória contra o Santos com gol de Lela empolgou o time
No último jogo da primeira fase, o Coritiba precisava da vitória para seguir na competição. O adversário era o Santos, que estava em uma boa fase. O gol da classificação só saiu aos 45 minutos do segundo tempo, com um chute certeiro de Lela. O triunfo foi no dia 14 de abril.
Entre a classificação e a fase final, o Brasileirão ficou parado por dois meses. No período, Andrade aproveitou para acertar a questão tática do grupo e melhorar o entrosamento entre os jogadores. O lateral-esquerdo daquele time era Dida, que lembrou como foi o período de trabalho e reforço na equipe.
- O Ênio tinha chegado com uma nova filosofia de jogo. Foi muito bom para a equipe. Ele fez alguns ajustes no grupo, dispensou alguns atletas e contratou outros reforços. Ajeitou algumas peças para encaixar o sistema dele. Eu não participei da intertemporada, pois fui convocado pela Seleção Sub-20 para um torneio no México. Para mim, foi bom também, pois não perdi nenhum jogo - contou.
O centroavante campeão pelo Coxa foi Índio, que atualmente é técnico de futebol e tem um projeto para ensinar o esporte para crianças no Rio de Janeiro. O ex-jogador destacou o trabalho feito por Ênio durante o intervalo, dando mais foco e um pensamento, que definiu o Coxa campeão:
- Até o jogo contra o Santos não tinha definido. Nós estávamos disputando uma vaga com o Fluminense. Mas aquela vitória suada sobre o Santos, com o gol do Lela no finalzinho, deu um novo ânimo para todo mundo. O Ênio disse para todos que precisávamos jogar como equipe pequena, bem fechada na defesa e saindo nos contra-ataques. Desse jeito nós conseguimos passar por importantes equipes até o título.
Na segunda fase, um novo Coritiba surgiu após a parada de dois meses. O Verdão caiu no mesmo grupo de Corinthians, Sport e Joinville. Terminou em primeiro lugar, com 11 pontos, seguido pelo clube pernambucano. O principal desafio daquele time foi contra o Atlético-MG, na semifinal. O favoritismo do Galo foi derrubado com uma vitória alviverde por 1 a 0 no Mineirão, além de um empate sem gols no Couto. O título foi conquistado sobre o Bangu, após uma emocionante disputado de pênaltis, no lotado Maracanã.
Fonte:Globo Esporte