05-12-2013/09:12:50
Conselho aprova contrato da Arena e encaminha acordo de Grêmio e OAS
Reunião determina que questões como a das 'cadeiras fantasmas' sejam tratadas diretamente entre clube e construtora, não travando assinatura.
Reunião do Conselho Deliberativo do Grêmio |
Duzentos e cinco conselheiros deram aval para o início de uma nova era no Grêmio. Aprovaram, com ressalvas, o remodelado contrato entre clube e a construtora OAS, em reunião extraordinária do Conselho Deliberativo realizada na noite desta quarta-feira, no Estádio Olímpico - em junho, haviam sido apreciados 14 novos itens para a confecção do novo documento, agora pronto para ser assinado. A formalização do acordo entre clube e empresa, portanto, já poderá ocorrer a partir desta quinta-feira, uma vez que essas divergências, como as 'cadeiras fantasmas' da Arena, foram autorizadas pelo Conselho a serem dirimidas diretamente entre o Tricolor e a empreiteira.
- Ultrapassamos uma questão pendente com o apoio do Conselho Deliberativo a proposta do Conselho de Administração. Vamos apresentar essa decisão aos responsáveis da Arena/OAS. Essa cláusula não é impeditiva para a celebração do contrato. Vai depender muito mais da OAS do que do Grêmio - explica o presidente Fábio Koff, depois de quatro horas de reunião.
A partir da formalização desse novo contrato, o Grêmio terá 90 dias para completar a mudança do Olímpico à Arena, a chamada 'troca de chaves'. A implosão do antigo estádio ficará para 2014, sem uma data prevista. Para que isso ocorra, ainda falta apresentar três licenças ambientais à Prefeitura de Porto Alegre.
- Acho que nos aproximamos da finalização de uma renegociação para assinatura, que deve ser encaminhada a partir de amanhã (quinta) pelo presidente Fábio Koff. Imagino, pelo próprio interesse de ambas as partes, que isso possa ser em um prazo muito curto. É a nossa expectativa – projeta o presidente do Conselho Deliberativo Milton Camargo.
Algumas falhas identificadas na vistoria da Arena atrasaram a assinatura. O caso das ‘cadeiras fantasmas’, por exemplo, foi um dos cruciais. O aditivo, assinado em 2011, que aumentou a capacidade e criou a subestação de energia, determinou a instalação de mais 4 mil assentos, o que totalizava 56,4 mil. Porém, ao contar uma a uma, a vistoria identificou a inexistência de 1,4 mil cadeiras. Além disso, há 400 pontos considerados críticos para visibilidade. Para resolver esses impasses, o conselho autorizou o Grêmio a negociar diretamente com a OAS. No caso, ou haverá compensação financeira, ou a empreiteira alterará o projeto para instalar essas cadeiras.
É o mesmo caso da subestação de energia. O aditivo elevou o custo do estádio em R$ 65 milhões – o valor total foi de R$ 540 milhões. Houve dois apagões: contra Huachipato (Libertadores) e Cruzeiro (Brasileirão), justificados pela gestora por ‘problemas técnicos’. Grêmio deseja que esses inconvenientes sejam definitivamente solucionados. E que, em caso de repetição, não caiam na conta do clube.
Maior transparência
O Grêmio também exige duas prestações de contas anuais da OAS para gastos com a Arena – o que não ocorreu até então. O Conselho do clube estipulará um orçamento específico para custos no estádio e quer maior transparência com esses gastos.
O assunto já estava em pauta desde o início do ano. Em 17 de junho, o conselho havia aprovado as alterações contratuais em relação a 14 itens que contemplavam mudanças tanto na estrutura financeira quanto em assuntos relacionados aos sócios. A Arena ficará com 50% das receitas oriundas dos novos associados e irá compartilhar os riscos da gestão com o Grêmio - antes, só a construtora arcava com isso.
Dentre as alterações propostas, a mais significativa aponta uma economia para o Tricolor. Durante os 20 anos de parceria entre o clube gaúcho e a empreiteira, o Grêmio reduzirá em cerca de R$ 245 milhões em relação ao previsto anteriormente no acordo com a OAS.
Em vez de ter de pagar R$ 41 milhões anuais para garantir a entrada dos sócios, o Grêmio acertou assumir valores de R$ 12 milhões (primeiro ano), R$ 15 milhões (segundo ano) e R$ 18 milhões (a partir do terceiro ano). Isso quitaria a dívida do começo da temporada.
Fonte:Globo Esporte