16-01-2013/09:54:06
Os três grandes times de futebol da capital paranaense estão próximos de um cessar-fogo em prol do bem estar das torcidas. Coritiba, Atlético-PR e Paraná negociam para chegar a um acordo sobre o uso do Couto Pereira nos clássicos do Campeonato Paranaense.
Durante a semana, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) fez uma consulta ao Coritiba sobre a possibilidade de empréstimo. O pedido foi feito pelo presidente da entidade, Hélio Cury, e foi bem aceito pelo mandatário coxa-branca, Vilson Ribeiro de Andrade.
- O presidente Hélio Cury está preocupado com o espetáculo dos clássicos em função de que o Janguito Malucelli (casa provisório do Atlético-PR) teria dificuldades. O Coritiba se colocou aberto para a discussão, não tem problema, apenas algumas arestas para definir - diz em entrevista para a Rádio 98 FM Curitiba.
A única exigência que o Coritiba faz é que o Paraná também mande o clássico contra o Coxa no Couto Pereira. Sendo assim, os dois Atletibas, Paratibas e os encontros entre Atlético-PR e Paraná Clube seriam realizados no Alto da Glória. Outra preocupação coritibana é sobre as cadeiras que pertencem aos sócios cativos, no setor da social superior. A tendência é que a parte não seja ocupada durante os jogos do acordo.
- Desde que todos os clássicos sejam realizados no Couto e desde que tenha uma coerência na análise positiva sobre a distribuição de torcidas. É uma preocupação do Coritiba, até porque o Cortiba tem cinco mil proprietários de cadeiras cativas. São alguns obstáculos a serem superados, mas eu vejo boa vontade - finaliza Andrade.
Cury confirma a vontade da Federação Paranaense em ter um acordo entre os três times, com o objetivo de facilitar a segurança e conforto dos torcedores durante os clássicos. Segundo ele, os três times já foram procurados individualmente e demonstraram boa vontade para fechar o acordo.
- Já que se tornou uma conversa aberta, existe sim a conversa para ter os três clássicos em um estádio só. Vai facilitar a vida dos torcedores e dos próprios clubes, que não vão se preocupar com a capacidade limitada do Ecoestádio. Na minha opinião, é um caminho mais coerente - declara, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.
O presidente da FPF destaca que nos próximos dias vai tentar agendar uma reunião com três representantes de cada clube para definir os últimos detalhes.
- Em um primeiro momento, eu senti a boa vontade de todos, o que já é um bom começo. Agora precisamos resolver uma série de detalhes que envolvem o empréstimo para depois bater o martelo. Vamos marcar uma reunião com os três representantes e ver qual é o melhor caminho. Mas estou otimista - completa.
O vice-presidente do Paraná Clube, Celso Bittencourt, não vê problemas no acordo. Segundo ele, o Paraná está disposto a negociar a Vila Capanema diretamente com o Atlético-PR ou seguir a proposta da Federação, com os acréscimos feitos pelo Coritiba. A única exigência é que seja definido durante a semana. A pressa é por causa do clássico contra o Furacão, que acontece já na terceira rodada.
- O Paraná está aberto a qualquer negociação que seja melhor para todos, desde que seja resolvido agora, pois o primeiro clássico já é na terceira rodada. Nós fazemos um planejamento e precisamos acertar logo. Se for negociar, vamos conversar durante a semana. Nós estamos dispostos a ajudar - diz, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.
Novela se arrasta desde o ano passado
O assunto não é uma novidade no futebol paranaense. Como o Atlético-PR vai usar a Arena da Baixada na Copa do Mundo de 2014, o estádio passa por reformas e está interditado desde o ano passado. Na última edição, o Furacão tentou emprestar o Couto Pereira, mas interrompeu as conversas com o Coxa e tentou impor o uso da casa alviverde através dos tribunais desportivos. O fato criou uma antipatia entre as duas partes.
Com as relações estremecidas, o Atlético-PR teve que revezar entre o Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa; o Ecoestádio Janguito Malucelli e a Vila Capanema - após um acordo com o Paraná.
Durante as partidas do Paranaense 2013, o Atlético-PR vai continuar no Ecoestádio, mas o local não oferece conforto e segurança para grande clássicos. A capacidade máxima é cerca de apenas oito mil pessoas, porém em clássicos o número cai para seis mil torcedores. Por isso a busca por um caminho que valorize mais as principais partidas.
Fonte: Globo Esporte