13-11-2012/08:58:57
Esperança não faltava ao Figueirense e sua torcida. No ano passado, o time catarinense chegou a pensar em Libertadores. Não chegou, mas terminou bem, com a sétima colocação. Começou o Brasileirão com técnico novo e no meio do campeonato recebeu um reforço quese pensava de peso. Motivos não faltavam. Faltaram pontos e vitórias. O sentimento do começo foi transferido para a luta contra o rebaixamento. Mas uma hora até a esperança acaba. Neste domingo, com o 1 a 1 com o Sport, teve fim.
Da perda na decisão do Catarinense, vieram reforços, o técnico Argel Fucks e o começo com o pé direito – 2 a 1 sobre o Náutico. O treinador jovem no cenário nacional vinha com promessa em fazer do Figueirense outra vez uma grata surpresa. Quando o Figueira empatou com o Fluminense e Corinthians dava a impressão de que o caminho seria semelhante ao de 2011. Mas quando teve nova igualdade, desta vez em 0 a 0 para a Ponte Preta (4ª rodada),teria início o temor.
Argel apostou numa formação ofensiva e incomodou o Cruzeiro em Minas. Mas a primeira derrota seria uma ducha gelada. Mais fria, no entanto, foi para o lateral-direito Pablo, no jogo seguinte, já na sexta rodada. A marca maior daquele 1 a 1 com o Bahia, no Orlando Scarpelli, foi a demissão do atleta cantada em coro pela torcida. O Figueirense se sustentava fora da degola, apesar da derrota para o Palmeiras (3 a 1 em São Paulo) e de novo empate em casa(1 a 1 com o Vasco). Porém o Atlético-MG iria a Florianópolis para devastar o time que se diz Furacão.
Era a estreia de Loco Abreu, a contratação mais cara da história do futebol de Santa Catarina. Seria a chance de reagir e acabar com o jejum que durava oito jogos. Mas aquele não seria um sábado qualquer. Ronaldinho e companhia desfizeram o 3 a 1 construído com o uruguaio em campo. O transformaram em 4 a 3 para eles e zona de rebaixamento para o Figueirense. A partir daí, a derrota parecia uma sina.
Foi na seguinte que caiu o técnico Argel Fucks, no 3 a 2 para o Atlético-GO, após apenas 10 jogos no comando. Viria Hélio dos Anjos para o seu lugar, mas uma nova vitória ainda iria demorar. O Figueira perdeu para São Paulo, Internacional, Botafogo, Portuguesa e Flamengo. Porém uma cartada de quem leva anjo no nome parecia redentora. Contra o Sport, na 16ª rodada, entrou Fernandes. Ele botou Aloisio na cara do gol para fazer o único do jogo e dar fim ao jejum.
Uma alegria que durou pouco. Porque Neymar pegou o jatinho da Suécia direto para a Floripa, chegou na manhã do jogo da 17ª rodada e foi o nome do 3 a 1 para o Santos. Mas o estrago seria maior no jogo seguinte: 4 a 0 para o Grêmio. A demissão de Hélio dos Anjos não tardou. Após um mês, deixaria o comando quando o time foi eliminado pelo Atlético-GO nos pênaltis, pela Copa Sul-Americana.
O auxiliar e eterno interino Abel Ribeirojuntou os cacos para que o Figueirense vencesse pela terceira vez no ano: 3 a 1(veja o vídeo ao lado) sobre o Coxa com um Aloísio assumindo o papel de protagonista da equipe. Quarto comandante no ano, Márcio Goiano viu da televisão, na rodada seguinte, o time perder com direito a uma virada incrível. O Figueirense chegou a estar na frente sobre o Náutico por 2 a 0 em Recife, mas terminou o jogo em 3 a 2 para os pernambucanos.
O treinador assumiu no dia seguinte pra lá de pressionado. Neste ponto o discurso era um só: evitar o rebaixamento seria sinônimo de título. O efeito Goiano deu ânimo. Também, pela ordem, o empate com o Fluminense, a vitória sobre o Corinthians, mais um empate, contra a Ponte Preta e a vitória sobre o Cruzeiro. Faltava mais um bom resultado fora do Scarpelli e contra um adversário direto. Mas Claudio Pitbull mandou displicente para as redes com Wilson e Edson caídos no chão. Não foi falta, segundo o árbitro Nielson Nogueira Dias. Era a virada do Bahia na 25ª rodada e a esperança reduzida a fio.
Linha ainda mais fina com as derrotas para o Palmeiras e Vasco, com a dor de Caio que era obrigado a deixar o campeonato com o dedo do pé quebrado. Mas doído mesmo foi o 6 a 0 para o Atlético-MG, na 28ª rodada. A partir deste momento, o rebaixamento passou a ser uma questão de tempo. O jogo seguinte (3 a 1 para o Atlético-GO) nem causou euforia. A tristeza foi amenizadacom a virada por 3 a 2 sobre o Internacional (veja vídeo ao lado). A última antes da queda. Depois apareceu o Botafogo para fazer fumaça da chama tímida que havia. Como fez a Portuguesa, o empate com a maior cara de derrota – com a grande aposta do clube em uma atuação discreta.Loco Abreu quase nem tocou a bola.
Cambaleando, o Figueirense se arrastou pela tabela até o último domingo. Ainda tinha resquício de vida na 34ª rodada, que só serviu para mostrar a Márcio Goiano a porta de saída. Porém, alguém precisava desligar os aparelhos. Coube ao Sport, que desfez a Alvinegra para tentar continuar de pé. Ação que obriga alvinegros realocarem suas esperança no ano que vem, em nova luta pela elite.
Fonte: Globo Esporte