30-01-2013/08:47:33
Para Thais Herédia do Blog da Thais. Para quem não acredita em coincidências, o reajuste no preço dos combustíveis anunciado na noite desta terça-feira (29) pode servir como uma boa prova de que elas não existem mesmo.
O aumento já era esperado, mais ou menos na dose definida pelo governo – de 6,6% para a gasolina e 5,4% para o diesel. A média das projeções esperava um reajuste de 7%.
A data escolhida para o anúncio é que foi quase uma surpresa. A expectativa para o reajuste dos combustíveis estava mais para fevereiro. É que se ele ocorresse só no mês que vem, seria possível evitar uma contaminação na inflação de janeiro, que já está bastante pressionada. É a mesma estratégia usada ao adiar o aumento nas tarifas de transportes urbanos.
“Faltam dois dias para acabar o mês. Isso não vai gerar um efeito importante na inflação de janeiro. E o aumento dos combustíveis acaba sendo parcialmente anulado pela redução das tarifas de energia elétrica que também entrou em vigor este mês”, diz o analista de um banco estrangeiro.
Essa “afinação” entre a redução da conta de luz e o aumento da gasolina revela a estratégia escolhida pelo governo para não viver mais solavancos nos índices de preços.
Pelas contas de algumas consultorias e instituições, o aumento da gasolina e do diesel terá um efeito em torno de 0,3% no IPCA de 2013. Na outra ponta, a redução das tarifas de energia, pode gerar uma desinflação de 0,65% no índice, o que reduz o impacto dos combustíveis no índice oficial do país.
Se a “banda” seguir tocando afinada em 2013, pode ser capaz de conseguir aliviar o pessimismo e o tom de crítica da maioria dos analistas e economistas. Com os ouvidos entupidos pelas desafinadas do último ano, estava difícil ouvir e entender o que realmente quer fazer a “orquestra” de Brasília.
Fonte:Blog da Thais