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Não foi espontâneo
Não foi espontâneo

05-02-2014/15:54:29

Alckmin diz que acionamento de botões no Metrô não foi 'espontâneo'
Após falha, dispositivos de segurança foram acionados em sete vagões.
Governador cobrou medidas contra uso de sistemas em 'sabotagem'.

Passageiros tentavam embarcar na estação Anhangabaú (Foto: Fábio Vieira/Fotoarena/Folhapress)

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que a sequência de acionamento de botões de emergência em trens do Metrô na noite de terça-feira (4) não foi "espontânea" e que houve muita "coincidência".

Após falha em uma composição na Linha 3-Vermelha (Palmeiras-Barra Funda/ Corinthians-Itaquera), os dispositivos de segurança foram usados por passageiros que estavam em sete vagões diferentes. A operação na maior parte da linha ficou interrompida por cerca de 5 horas.

"Ocorreu problema em uma porta que foi resolvido em menos de 10 minutos. Foram quase 10 botões de emergência apertados simultaneamente, desceram pessoas na linha e ela precisou ser desligada", explicou Alckmin nesta quarta-feira (5), durante um evento sobre câncer na capital paulista.

O governador disse não acreditar que o fato tenha sido "geração espontânea". "É preciso ser investigado porque não é uma coisa espontânea. [Foi] Muita coincidência", avaliou. Na noite de terça-feira, o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, atribuiu o tumulto a "grupos organizados".  

Alckmin afirmou, ainda, que houve grupos invadindo as estações. Segundo o governador, serão estudadas medidas que possam evitar esse tipo de situação no Metrô. "Aumentar policiamento, segurança, câmera de vídeo e como tecnologicamente evitar esse tipo de questão", declarou.

O governador chegou a usar o termo "sabotagem" para se referir às medidas. "Tecnologia no sentido de evitar que sistemas de segurança possam ser usados por pessoas para fazer sabotagem, para causar prejuízos", disse.

Alckmin também falou que vai "verificar a questão do Paese [Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência]" ao ser questionado por que o programa emergencial de serviço de ônibus não foi colocado em prática durante a noite de terça. Segundo ele, o programa não funcionou porque as estações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) estavam funcionando e porque apenas um trecho da Linha 3-Vermelha ficou obstruído – a linha funcionou sem problemas do Tatuapé até Itaquera, na Zona Leste.

O problema começou por volta das 18h24, quando uma composição apresentou falha na estação Sé, afetando a circulação da linha no horário de pico. Segundo o Metrô, apesar de "a ocorrência operacional ter sido sanada às 18h27, usuários acionaram botões de emergência de sete trens que vinham atrás, em sequência, e desceram às passarelas de emergência, causando a interrupção da operação no trecho entre Palmeiras-Barra Funda e Sé".

De acordo com o Metrô, os usuários caminharam pelas passarelas laterais e foi preciso desenergizar toda a linha. A circulação de trens foi plenamente normalizada às 23h20 de terça-feira.

'Efeito cascata'
O secretário de Transportes Metropolitanos afirmou que as pessoas que andaram na via provocaram um "efeito cascata" após a falha que interrompeu a circulação.

"Alguns passageiros exaltados incitaram outros a pular na via. Um passageiro na linha nos obriga imediatamente a cortar a energia, porque temos um terceiro trilho que fornece energia e pode causar uma fatalidade. Isso [as pessoas que pularam na via] gerou um 'efeito cascata'", declarou.

Segundo Fernandes, o problema ocorrido na estação Sé seria resolvido em cerca de 10 minutos. "Quando as pessoas pularam na via, aconteceu o 'efeito cascata'. Tivemos uma diminuição de velocidade dos trens que vinham atrás. Sete botões de emergência em sete trens diferentes foram acionados em 30 minutos", afirmou. A situação se complicou ainda mais porque, com o corte da energia, o ar-condicionado também foi interrompido.

O secretário afirmou que os usuários foram orientados a pegar a Linha 11-Coral, da CPTM, que não foi atingida pela confusão. A Linha 3-Vermelha também funcionou sem problemas do Tatuapé até Itaquera, na Zona Leste. Para Fernandes, não era viável deslocar 30 ou 60 ônibus para a região central com o objetivo de transportar os passageiros prejudicados.

Em caso de falhas, o secretário orienta os passageiros a manter a calma e não acirrar os ânimos. "O mesmo vandalismo que tirou a liberdade de expressão das ruas quer entrar no Metrô, e não vai entrar. Nós agiremos com muito rigor. Não haverá oportunidade de vândalos dentro do Metrô. Isso é ponto pacífico."

Além disso, Fernandes reconhece a dificuldade de identificar quem teria encabeçado a ação. "Todo esse movimento é difuso, não há uma liderança. O que se percebe é que algumas pessoas incitaram com palavras de ordem, na Praça da Sé, que todos os usuários pulassem para a linha e tocaram fogo em um túnel entre a Praça da Sé e o Parque Dom Pedro", disse. 

Controle de fluxo
A grande concentração de passageiros provocou desentendimentos entre usuários e seguranças na estação Sé, e a Polícia Militar precisou ser acionada. Às 21h15, os portões da estação estavam fechados, e os funcionários orientavam os passageiros a pegar ônibus ou caminhar até a estação São Bento, da Linha 1-Azul do Metrô. Segundo funcionários do Metrô, todas as estações da Linha 3-Vermelha foram esvaziadas. A assessoria do Metrô, porém, não confirmava no horário a interrupção integral da circulação.

Dentro da estação Sé, passageiros ainda aguardavam às 22h o retorno da circulação. Nervosos, alguns usuários se negavam a deixar a estação e protestavam contra a falta de transporte. Outras pessoas esperavam que o tumulto diminuísse para deixar o local.

A SPTrans informou que, nos trechos onde houve problemas na circulação dos trens do Metrô, o serviço de transporte coletivo municipal operou "com frota cheia, ou seja, com a frota de ônibus disponibilizada pelas operadoras nos horários de pico dos dias úteis". Segundo a SPTrans, o Metrô e a CPTM não solicitaram o acionamento do Paese.

Reflexo na linha
O analista de nutrição Juliano Silva Vieira dos Santos, de 30 anos, estava na composição que ficou parada entre as estações Marechal Deodoro e Santa Cecília. Segundo ele, os passageiros se desesperaram quando o ar-condicionado foi desligado.

"O trem já tinha ficado parado na Barra Funda por um bom tempo. Depois, na estação Deodoro. Quando parou no túnel (entre Deodoro e Santa Cecília), o ar-condicionado estava gelado, mas daí ficou quente de repente. Todo mundo ficou desesperado, porque não conseguia respirar. Algumas pessoas começaram a gritar: 'Vamos sair! Vamos sair!' Foi quando bateram nos botões [de emergência] e abriram as portas. Saímos caminhando em direção à estação Deodoro", contou.

Juliano disse que, em momento algum, os passageiros foram informados por meio do sistema de som ou por algum funcionário sobre o que estava acontecendo.

"Só diziam que um trem estava com problema, mas não falavam o que era nem davam qualquer previsão de retorno da circulação. Depois, anunciaram que havia usuários andando pela via", relatou.

Segundo o analista de nutrição, alguns passageiros decidiram andar da estação Deodoro até Santa Cecília pelo túnel do Metrô. Cansado de esperar, ele saiu da estação e voltou a pé para a Barra Funda, seu ponto de partida, onde pretendia pegar um ônibus para tentar chegar a Artur Alvim, na Zona Leste – no outro extremo da cidade –, onde mora.

A passageira Paula Lago, de 35 anos, chegou à estação Bresser da Linha 3-Vermelha às 20h de terça e foi impedida de entrar porque o acesso estava restrito.

"A única informação era que não tinha metrô", afirmou. Ela esperou alguns minutos, e o acesso acabou liberado apenas para viagens até a Sé. "Mas eu fiquei 10 minutos dentro do vagão, sem movimentar", disse. Paula desistiu de tentar e acabou deixando a estação Bresser.

Fonte: G1