08-05-2014/10:40:14

Beira-Rio: teste final não terá "cara de Copa" e foca em campo e segurança

Jogo contra o Atlético-PR receberá agentes da Fifa e cerca de 700 pessoas entre voluntários e seguranças, mas serviços vitais ainda serão "à moda brasileira"

Para quem espera clima de Copa já no próximo sábado no Beira-Rio, é melhor frear a expectativa. O teste da Fifa entre Inter e Atlético-PR, pela quarta rodada do Brasileiro, ficará longe de cumprir a maioria dos requisitos de uma partida de Mundial. Com a ideia de um evento "misto", a partida será usada mais em operações internas de segurança e acessos. É provável, portanto, que os torcedores precisem esperar o dia 15 de junho, quando a primeira das cinco partidas do torneio será disputada na capital gaúcha, para sentir o clima de Copa. Se o grau de operações da Fifa a serem usadas no sábado fossem transferidas para percentual, não passaria de 5% do funcionamento do Beira-Rio. Mesmo que envolva cerca de 700 pessoas.

Como o jogo está dentro do regulamento da CBF, é preciso respeitar os postulados da entidade até para evitar eventuais sanções ao Inter dentro do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O Estatuto do Torcedor também não pode ser ferido. Assim, bebidas alcoólicas, que serão permitidas no Mundial, seguem alijadas na partida de sábado. As ruas de acesso não estarão bloqueadas e o raio de dois quilômetros sem automóveis exigidos pela Fifa seguirão inativos. O funcionamento do edifício-garagem se mantém. A segurança da área externa será de responsabilidade das autoridades locais. Internamente também, caso ultrapasse a alçadas dos seguranças privados. 

A principal preocupação da Fifa é em monitorar o acessos de pessoas devidamente credenciadas às áreas restritas. Haverá cerca de 400 seguranças privados, os "stewards", trabalhando na operação do jogo, que abrange público e áreas estratégicas - na Copa, serão 1,2 mil. Nesse quesito, a vigilância será no nível severo de um Mundial. Até o presidente do Inter, Giovanni Luigi, precisará andar munido de sua autorização especial. Conselheiros também não terão trânsito livre como de costume.

O foco é a área que compreende o gramado, o vestiário e o túnel de acesso, ali que a segurança promete ser impiedosa. A partir desse teste, será possível definir com precisão o esquema de "zoneamento" dos profissionais e saber como evitar "intrusos". O Comitê Organizador Local (COL) pretende executar a organização interna da chegada e saída das equipes, bem como tratará de levar lanche no vestiário dos clubes e treinar os operadores de catracas. O gramado receberá tratamento de Copa, com corte e irrigação nos mesmos padrões.

No campo, haverá mais flexibilidade, uma vez que os radialistas são permitidos no local em jogos da CBF. No entanto, os profissionais irão deparar com restrições por meio de cordões de segurança. O mesmo vale para os fotógrafos, que trabalharão nas posições que a Fifa vai delimitar em junho. No campo, são 250 posições e mais 50 no nível 5, o anel superior. No pós-jogo, as entrevistas coletivas e a zona mista serão organizadas no padrão Fifa.

Os torcedores não serão muito impactados por esse regime. A não ser ao chegar ao local e notar cerca de 200 voluntários encarregados de facilitar a informação ao espectador, explicando acessos, entre outros serviços. Na Copa, serão 900 voluntários, em torno de 200 estrangeiros. Tudo será acompanhado por integrantes da Fifa que chegam à capital gaúcha nesta quinta-feira, especialmente para o evento. Depois dessa partida, deve haver apenas mais um compromisso, no dia 14, pela Copa do Brasil, antes de o palco ser repassado à entidade, no dia 22. Pode ainda não ter o clima da Copa. Mas o pontapé inicial será dado neste sábado.

Fonte: GE